Baraka é um
documentário sobre a humanidade e a natureza, suas belezas, contrastes,
semelhanças e destruição. Ele revela quanto à humanidade está interligada,
apesar das diferenças de religião, cultura e língua dos povos. Um verdadeiro
poema visual, feito ao longo de 14 meses e filmado em 24 países, inclusive o
Brasil. As imagens incluem um vasto registro de rituais religiosos, maravilhas
naturais, processos de mecanização e diversos estilos de vida. O contraste e as
metáforas visuais criados pelo diretor norte-americano Ron Fricke provocam
reflexão, relaxam e inquietam. As musicas envolventes e os efeitos sonoros
contribuem para que Baraka seja uma experiência marcante. Um documentário sem
narração ou legenda, somente imagens e sons cuidadosamente capturados. Baraka
mostra que a raça humana e seus diferentes ciclos de vida estão vinculados ao
ritmo da natureza, e faz uma surpreendente análise do mundo e de quem vive
nele. A palavra Baraka pode ser traduzida como “benção” ou “o fôlego, a
essência da vida”. Originário do sufismo, uma doutrina mística do Islã que
prega a “nostalgia do infinito”, em que o espírito do ser humano emana da divindade
para qual ele anseia voltar. Assim como no islamismo, no judaísmo e no
cristianismo, esse espírito é também compreendido como um vento, um sopro de
Deus.
BRECHT A
ESTÉTICA DO TEATRO
Nenhum outro
autor dramático do século XX vem conseguindo manter-se atuante nos palcos do
mundo de modo tão significativo quanto Bertolt Brecht. A quase totalidade de
seus pares fez-se ausente, ou de aparição mais ou menos rara (a grande exceção,
entre nós, é o teatro de Nelson Rodrigues). Mas não é tanto esse sucesso das
peças de Brecht, sem dúvida merecido, que suscitou o interesse do autor do
livro. Gerd Bornheim deixou-se motivar, em primeiro lugar, pelo excepcional
nível da meditação estética de Brecht, que acompanha o desdobramento de toda a
sua obra. Não será exatamente exagero afirmar que em nenhum outro dramaturgo da
história do teatro ocidental a preocupação estética se mostra tão extensa e
exibe tão alto nível quanto nas atividades deste autor, que foi antes de tudo
um homem de teatro, voltado em primeiríssimo lugar para prática cênica. O
denodo de Bornheim não está em construir o que não existe – uma doutrina
completa, fechada, definitiva; nada mais estranho à constante inquietação
brechtiana. Bornheim pretende, isto sim, expor de modo claro e conciso as idéias
de Brecht através de suas mutações, até alcançar o que se poderia chamar de incompletude
radical das cogitações do genial autor alemão: o teatro, para ele, nunca chega
a ser suficientemente dialético. E, mais ainda do que a exposição que se quer
elucidativa, Bornheim embrenha-se na discussão das idéias estéticas de Brecht,
incitado, nisto, por uma constatação em tudo exemplar: Brecht é o autor que
conseguiu problematizar a totalidade dos aspectos da sempre instável aventura
teatral.
CULTURA E
POLÍTICA
Historicamente,
os trabalhadores da cultura se defrontam, em nosso país, com fatores de ordem
social, econômica ou política que, embora circunstancialmente, eternizam a
minimização da questão cultural como desimportante frente a crises e
emergências prioritárias. O desconhecimento crônico que afeta o universo
intelectual de grande parte de nossos parlamentares e governantes, somado ao
negativismo passivo que assola o frágil organismo social, contribui para a
des/memória e a alienação cultural, portanto política, do nosso povo. Persiste,
mais por conveniência, entretanto, o (pré) conceito de que cultura não é
essencial, “pode ficar para depois”.
Adia-se o
enfrentamento da questão com o equivocado raciocínio de que isso não tem
conseqüências concretas imediatas e, sobretudo, eleitorais. De que desse lado
não haverá pressões. Ledo engano! Só não vê quem amarrou seu próprio nariz no
coto umbilical. Essa atitude, pelo contrario, está gerando uma cultura da
violência, da omissão, do desespero, da roleta russa, com graves repercussões
sociais, políticas e econômicas, demandando projetos emergenciais de altos
custos para a nação e quase sempre insuficientes para uma solução de base.
O estado é
social, ma a nação é cultural. Por isso, a construção cultural é a base para o
reconhecimento de uma identidade própria e o ponto de partida para a
configuração de um projeto político.
O Festival
Internacional de Londrina https://www.facebook.com/filooficial se propõe aos artistas e à população como alternativa
à mediocrização política e intelectual e como referência de perseverança e
lucidez quando escasseiam motivos para a esperança.
Como dizia o
velho poeta (René Char): “A lucidez é a
ferida mais próxima do sol”.
NITIS JACON Diretora do Festival.
O filme, o livro e o festival são partes
de um todo em movimento. O ano é 1992. Comprei o livro assisti ao filme e fui
ao festival. Em Londrina assisti Kazuo Ohno. Else Marie Laukvik no espetáculo
Memória do Odin Teatret. Em Caxias do Sul fazíamos através da Associação
Caxiense de Teatro o lançamento da Revista Máscara e integrávamos o Fórum
Permanente de Cultura. O grupo teatral Kaleidoscópio apresentava Um Deus nos
Acuda. Reflexões para Caxias do Sul meio século de teatro A Arquitetura
do Movimento
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