quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Caxias quer um teatro municipal, Porto Alegre aplaude "O Cavalinho Azul"

 Caxias quer um teatro municipal, Porto Alegre aplaude "O Cavalinho Azul"  


Caxias quer um teatro municipal em 1959

GENTE NOSSA DIVERTINDO NOSSA GENTE
Renata dos Santos da Costa – Vanessa Carraro Armiliato

Contextualização histórica do período de 1950 a 1970, e o teatro do período antes, durante e após o golpe de 1964. O período compreendido entre 1950 e 1970 no cenário nacional é marcado pelos interesses econômicos voltados para o capital externo, mas principalmente por mudanças bruscas nas políticas sociais.
Houve um grande aumento da população da cidade, passando de 83.378 habitantes em 1900 para 193.030 em 1948.
Em 1950, foi inaugurado o Monumento Nacional ao Imigrante, e em 1954 foi realizada a I Feira Industrial juntamente com a Festa da Uva.
Na época Caxias do Sul contava com, 310 indústrias, entre as quais 29 metalúrgicas, com mais de oito mil empregados e 669 casas comercias, 120 escolas municipais, quatro escolas religiosas, sete cinemas e teatros, sete livrarias, dez tipografias e duas editoras.      
Segundo o Jornal da Mocidade, de abril de 1957, existiam em Caxias os seguintes grupos de teatro amador: Ribeiro Cancela, Carlos Gomes, Renato Vianna, Colúmbia e José de Alencar.
Através das entrevistas e documentos históricos pesquisados identificaram-se os seguintes grupos de teatro amador: Grupo Santa Maria, Grupo Ribeiro Cancela, Grupo Tancredo Leonel, Grupo de Teatro do Circulo Operário, Grupo dos Sindicatos Reunidos, Escola Municipal de Belas Artes e o Grupo de Teatro da Aliança Francesa.

UM TEATRO FORA DO EIXO
Fernando Peixoto

1959 Ainda em julho: dia 17, em Caxias do Sul, Nilton Carlos Scotti estreou mais um espetáculo do Ateliê de Teatro da Aliança Francesa: Feliz viagem Trenton, de Wilder, Um gesto por outro, de Tardieu, e Antoinette ou a volta do marquês, de T. Bernard. Nos principais papéis: Ítala Nandi, começando sua carreira de atriz, Yara Matana, Irmgard Bornheim (irmã de Gerd), Daniel Angeli, Ênio Bernardi, Nilo Andreola e Rafael Costa. Tendo Margot Sauer com assistente. Na nota do programa, enunciava o Ateliê de Teatro a necessidade de um teatro municipal para a cidade de Caxias:
“Aqui estamos novamente. Não com a brevidade desejada, mas com a que nos foi possível.
Não falaremos em nossas dificuldades artísticas e monetárias, que são grandes, uma vez que elas são realmente ‘nossas’. Ao espectador o que importa é o espetáculo e pronto. Falaremos isto sim, do problema que cabe a todos os caxienses exigir solução: uma casa de espetáculos, ou seja, nosso teatro municipal.
Não nos enchemos de pretensões por ter conseguido, no espaço de um ano, montar dois espetáculos e ter patrocinado a vinda do Teatro de Equipe e do Universitário de Porto Alegre. Isto é pouco, bem sabemos, mas é nossa contribuição certa e honesta. Há outros grupos que funcionam na cidade; há uma Escola de Belas Artes, que organiza festivais; há uma série de companhias que, chegando à capital viriam até nossa cidade; há todo o movimento cultural de Porto Alegre, que seria tão fácil trazer até nós; há um enorme piano de cauda, quase tão estático quanto à fotografia de Rui Barbosa, na biblioteca municipal; há politicagem e politiqueiros, que não olham além das legendas partidárias; há subvenções para times de futebol; há uma Sociedade de Cultura Artística extinta; há uma orquestra sinfônica; igualmente extinta; e há a grande, a inevitável e inegável necessidade.
Gostaríamos, quando montássemos um espetáculo, que a senhora Fulana de Tal, sentada na segunda fila, estivesse realmente sentada, não a equilibrar-se numa cadeira frouxa, que, graças a Deus, nos foi tão gentilmente cedida. Gostaríamos quando escolhêssemos um texto, não ficar limitados pelos nossos dezoito metros quadrados de tablado; que, quando uma peça começasse não nos deixar dormir, pudéssemos aproveitar as noites de insônia imaginando como poder iluminá-la. Gostaríamos... bem, do que gostaríamos é evidentemente de um teatro.
E aqui estamos nós. “Uma equipe, não das maiores, mas da melhores em suas intenções e propósitos, a oferecer nossas atividades amadorísticas e profissionais, a quem delas quiser fazer uso, para erguermos, algum dia, nosso teatro municipal”.             

Porto Alegre aplaude o Cavalinho Azul em 1962

JORNAL DIÁRIO DE NOTÍCIAS

         Dante Barone, ao agradecer a homenagem que o pessoal do “Atelier do Teatro da Aliança Francesa” lhe prestava, falou ainda comovido pelo belíssimo espetáculo a que assistira:

Dante Barone – “Foi a mais bela peça para crianças, que vi neste Teatro São Pedro. Tenho a meu lado Glênio Peres, cujas produções sempre foram tão elogiadas, que bem pode confirmar a sinceridade das minhas palavras”. Glênio também estava eufórico com a representação de “O Cavalinho Azul”, de Maria Clara Machado:

Glênio Peres – “Foi a melhor coisa que vi no gênero. E já estou acertando com o Nilton Carlos Scotti, diretor do grupo, a vinda deles para o próximo domingo, a fim que os filhos dos jornalistas, sob o patrocínio da “ARI” também possam apreciar “O Cavalinho Azul”.        

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