RESIDÊNCIA
ARTÍSTICA Biblioteca Memória de Gari
Revirando a lata do lixo. Um tempo na infância e lá
estava eu: revirando a lata do lixo! Eu menino! Seis anos? Talvez. Hoje continuo
revirando às memórias e aqui estou!
Fui assíduo freqüentador das bibliotecas nas escolas
que estudei. No Serviço Social do Comércio – SESC, trabalhei na biblioteca. Na
mesma época começa uma relação artística e afetiva com a Biblioteca Pública
Municipal. Recitais, poesia, literatura, feiras seminários, bibliotecas, livros
e memórias.
Aqui estou em 2014 vivendo uma Residência Artística
na Biblioteca www.memoriadegari.blogspot.com.br.
Ela fica na casa do poeta/ator/escritor Zé dos Rios – José de Oliveira Luiz.
Praticamos TAO KIN no KIN TAO entre rosas e jasmins. Entre móbiles / mandalas /
chacras escutamos Nara Leão, Moreira da Silva, Kátia Teixeira. Carregando
pedras ou estendendo varais coloridos conversamos com a comadre Maria Joana
sobre a água, o fogo, a terra e o ar. A Residência Artística começou em
primeiro de maio. Dia do trabalho. Alguns dizem que não combina com baralho.
Fato é que registrei em primeiro de maio de 2.000 o início das atividades da
Valmini Produções. Treze anos entre “maios”. E desde o último nove meses. Entre
escritas, filmagens, viagens fotografias, muita leitura pra feitura.
E o Zé pergunta: e aí? Nove meses e o filho? O que
me diz?
Respondo:
Não
fiz um samba de raiz. Vou fazer um RAP por que eu quis. Lembrar que o pai do
RAP é Dante. O poeta da praça matriz. Que traça na Comédia Humana cena do
Inferno melhor que as prisões no Rio Grande do Sul ou Maranhão. É ano de
eleição e assusta o coração o que farão alguns em nome da nação! A resposta meu
irmão é ação. A arte é a linguagem da revolução! A voz revolucionária, avós
revolucionários. Eu ainda não. Traço no compasso a imagem da cena. O quarto é
no terceiro andar de onde contemplo o Lago na Montanha I Ching. No quarto a
rede, repouso. Cama pra quem? Deusa Gaia. Quem ama tem a chama! Na semana tem
agenda cultural! Às vezes faço drama. No teatro a ciência é o ato. De fato
DIAGNÓSTICO URBANO no bairro tem médico cubano! No bairro tem HIP HOP sim, é Diagnóstico
Urbano! Tem médico, têm policia têm cano. Tiros e canos! Pra que? Pra comprar
os panos! Pra combater os danos no bairro, poetas. Na periferia Poetas di Vilas http://poetasdivilas.blogspot.com/.
No bairro tem poetas sim. Sim irmão poetas! Guerreiros na
capital da cultura fazem coloridos letreiros: o estudo é a cura. Para mim e pra
você. Só os verdadeiros na batalha vão vencer. Vento guerreiro da montanha
avisa: A vida é dura quando a cultura é o capital. É fatal. Da janela Um
olhar sobre a cidade Albuquerque mostra que o vil metal tem deixado mortos e feridos. Sigo a
Júlio Petry
entre os gemidos desde povo
destemido também se ouve os gritos. São os ritos de luta. São também cantos na
rua. Música na rua. Festival Brasileiro! Na Rua. Música Daqui. Um carnaval do Arco da Velha http://www.doarcodavelha.com.br/.
Uma cria. Uma Órbita Literária ManiFestaSol http://manifestasol.wordpress.com/!
Um carnaval Tum Tum CComa Yangos Greek Van Peixe. Não se queixe é um carnaval.
Não é mal. É Khaos. São Acordes de Jazz. Solos de Blues ao alto. No Basalto da
Estação Férrea. Rock orquestral. Não é mal. É carnaval. Do quarto ao
escritório. Negócio. Observatório. Olhando pelo vidro. Paisagem: como –
não – se faz Dal’Alba. Negamos o ócio. Política Cultural! Leis. Incentivo
Fiscal. Projeto edital! Arte longa, sala vazia. Ribeiro. Mortal. Pessoas perguntam: cadê o produto cultural? É
surreal! Saiu até no Jornal. Prêmio nacional pra músico local! Escritor: prêmio
estadual! E artista visual é internacional? Cadê a produção cultural? Tenho
visto Modelo de Nuvem. No Varal das Idéias Cucas Tortas. Abundante, produção constante.
Se liga Dante! Vou recitar verso pitoresco revelar cenário farsesco: Livros
atrás das grades, pra proteger sem alardes aparelho de TV. É covarde quem não
vê? Não sou! Idiota! Gutto Basso. O que faço? Alisto feito patriota. E a saúde?
Marcho. Título cidadão eleitor. Cadê o cobertor. Velho Hippie escrevia com lápis.
Agora computador. Sem elevador. Desço à
base = Biblioteca. Celebrar a poesia. Universidade Aberta. Utopia! Bandeira: Primitivo
arcaico e tecnológico livres na prateleira. Solto a cabeleira. Canto e
blasfêmia. Cabra montês. Quando a noite banha de sombras o mundo de sol. Ouço vozes.
Vamos salvar o pensamento. De alianças com carrascos. E casamentos com
carrancas. Que na voz que o mundo te arranca. Vale é o tanto quanto lavras. A utilidade das palavras. Asa da palavra. Asa parada agora. Casa da palavra. Onde o
silêncio mora. Brasa da palavra. A hora clara, nosso pai. Quando não diz nada. Fora
da palavra. Quando mais dentro aflora. Tora da palavra. Lavra. Na Praça com
Dante. Presidente. Duque. Em tempos de Face book. Não cutuque. O melhor dos
amigos é rosto a rosto. A graça e dançar na praça. Quem vai pra Rua O sol
abraça! A graça é dançar na rua. Com o quente sol, ou a fria lua. A praça o
povo abraça. Só cantando com o meu povo. Dou a vida meu perdão. Bonita não é a
vida. Bonito é saber viver.
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