quinta-feira, 13 de março de 2014

Residência Artística Biblioteca Memória de Gari



RESIDÊNCIA ARTÍSTICA Biblioteca Memória de Gari

         Revirando a lata do lixo. Um tempo na infância e lá estava eu: revirando a lata do lixo! Eu menino! Seis anos? Talvez. Hoje continuo revirando às memórias e aqui estou! 
Fui assíduo freqüentador das bibliotecas nas escolas que estudei. No Serviço Social do Comércio – SESC, trabalhei na biblioteca. Na mesma época começa uma relação artística e afetiva com a Biblioteca Pública Municipal. Recitais, poesia, literatura, feiras seminários, bibliotecas, livros e memórias.
Aqui estou em 2014 vivendo uma Residência Artística na Biblioteca www.memoriadegari.blogspot.com.br. Ela fica na casa do poeta/ator/escritor Zé dos Rios – José de Oliveira Luiz. Praticamos TAO KIN no KIN TAO entre rosas e jasmins. Entre móbiles / mandalas / chacras escutamos Nara Leão, Moreira da Silva, Kátia Teixeira. Carregando pedras ou estendendo varais coloridos conversamos com a comadre Maria Joana sobre a água, o fogo, a terra e o ar. A Residência Artística começou em primeiro de maio. Dia do trabalho. Alguns dizem que não combina com baralho. Fato é que registrei em primeiro de maio de 2.000 o início das atividades da Valmini Produções. Treze anos entre “maios”. E desde o último nove meses. Entre escritas, filmagens, viagens fotografias, muita leitura pra feitura.
E o Zé pergunta: e aí? Nove meses e o filho? O que me diz?
Respondo:
Não fiz um samba de raiz. Vou fazer um RAP por que eu quis. Lembrar que o pai do RAP é Dante. O poeta da praça matriz. Que traça na Comédia Humana cena do Inferno melhor que as prisões no Rio Grande do Sul ou Maranhão. É ano de eleição e assusta o coração o que farão alguns em nome da nação! A resposta meu irmão é ação. A arte é a linguagem da revolução! A voz revolucionária, avós revolucionários. Eu ainda não. Traço no compasso a imagem da cena. O quarto é no terceiro andar de onde contemplo o Lago na Montanha I Ching. No quarto a rede, repouso. Cama pra quem? Deusa Gaia. Quem ama tem a chama! Na semana tem agenda cultural! Às vezes faço drama. No teatro a ciência é o ato. De fato DIAGNÓSTICO URBANO no bairro tem médico cubano! No bairro tem HIP HOP sim, é Diagnóstico Urbano! Tem médico, têm policia têm cano. Tiros e canos! Pra que? Pra comprar os panos! Pra combater os danos no bairro, poetas. Na periferia Poetas di Vilas http://poetasdivilas.blogspot.com/. No bairro tem poetas sim. Sim irmão poetas! Guerreiros na capital da cultura fazem coloridos letreiros: o estudo é a cura. Para mim e pra você. Só os verdadeiros na batalha vão vencer. Vento guerreiro da montanha avisa: A vida é dura quando a cultura é o capital. É fatal. Da janela Um olhar sobre a cidade Albuquerque mostra que o vil metal tem deixado mortos e feridos. Sigo a Júlio Petry entre os gemidos desde povo destemido também se ouve os gritos. São os ritos de luta. São também cantos na rua. Música na rua. Festival Brasileiro! Na Rua. Música Daqui. Um carnaval do Arco da Velha http://www.doarcodavelha.com.br/. Uma cria. Uma Órbita Literária ManiFestaSol http://manifestasol.wordpress.com/! Um carnaval Tum Tum CComa Yangos Greek Van Peixe. Não se queixe é um carnaval. Não é mal. É Khaos. São Acordes de Jazz. Solos de Blues ao alto. No Basalto da Estação Férrea. Rock orquestral. Não é mal. É carnaval. Do quarto ao escritório. Negócio. Observatório. Olhando pelo vidro. Paisagem: como – não – se faz  Dal’Alba. Negamos o ócio. Política Cultural! Leis. Incentivo Fiscal. Projeto edital! Arte longa, sala vazia. Ribeiro. Mortal. Pessoas perguntam: cadê o produto cultural? É surreal! Saiu até no Jornal. Prêmio nacional pra músico local! Escritor: prêmio estadual! E artista visual é internacional? Cadê a produção cultural? Tenho visto Modelo de Nuvem. No Varal das Idéias Cucas Tortas. Abundante, produção constante. Se liga Dante! Vou recitar verso pitoresco revelar cenário farsesco: Livros atrás das grades, pra proteger sem alardes aparelho de TV. É covarde quem não vê? Não sou! Idiota! Gutto Basso. O que faço? Alisto feito patriota. E a saúde? Marcho. Título cidadão eleitor. Cadê o cobertor. Velho Hippie escrevia com lápis.  Agora computador. Sem elevador. Desço à base = Biblioteca. Celebrar a poesia. Universidade Aberta. Utopia! Bandeira: Primitivo arcaico e tecnológico livres na prateleira. Solto a cabeleira. Canto e blasfêmia. Cabra montês. Quando a noite banha de sombras o mundo de sol. Ouço vozes. Vamos salvar o pensamento. De alianças com carrascos. E casamentos com carrancas. Que na voz que o mundo te arranca. Vale é o tanto quanto lavras.  A utilidade das palavras. Asa da palavra.  Asa parada agora. Casa da palavra. Onde o silêncio mora. Brasa da palavra. A hora clara, nosso pai. Quando não diz nada. Fora da palavra. Quando mais dentro aflora. Tora da palavra. Lavra. Na Praça com Dante. Presidente. Duque. Em tempos de Face book. Não cutuque. O melhor dos amigos é rosto a rosto. A graça e dançar na praça. Quem vai pra Rua O sol abraça! A graça é dançar na rua. Com o quente sol, ou a fria lua. A praça o povo abraça. Só cantando com o meu povo. Dou a vida meu perdão. Bonita não é a vida. Bonito é saber viver.

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