10 DICAS PARA O CIRCENSE VIVER
MELHOR
Artistas
circenses são os detentores e produtores de um conhecimento artístico e técnico
que, desde a Antiguidade, vem sendo transmitido de pai para filho de maneira
prática, na convivência e labuta do dia-a-dia. Esse conhecimento é gerado pelas
necessidades e peculiaridades decorrentes do fazer artístico circense e da
natureza nômade de suas atividades, compreendendo técnicas de montagem e
desmontagem, traslados, relações com a sociedade e os órgãos públicos e, em
especial, relações entre os próprios circenses, que mantêm uma convivência
muito estreita, devido à disposição das moradias em torno do circo.
Vocês
são importantes para o nosso país: como artistas e como disseminadores da arte
e da cultura, que levam para recantos e comunidades mais afastados, indo
realmente “onde o povo está.”
Além
de “circenses” e “nômades”, vocês são cidadãos brasileiros. Portanto, com
direitos e deveres que assistem a todos os cidadãos. Para garantir seus
direitos, é preciso que vocês se informem cada vez mais e se incluam nos
mecanismos que a sociedade humana criou para viabilizar o atendimento de suas
necessidades básicas.
Neste
texto, enumeramos algumas sugestões que podem auxiliá-lo em busca de melhores
condições de trabalho, e vida.
UM Garantir melhor formação escolar para os
seus filhos, exigindo seu direito a vagas nas escolas, previsto desde 1948 pela
Lei 301, de 13 de julho e pela Lei 6.533, artigo 29, de 24 de maio de 1978.
Incentivar o aprendizado das crianças e jovens, implementando aulas de reforço
escolar no próprio circo.
DOIS Garantir seus direitos como
trabalhador, obtendo registro profissional no Ministério do Trabalho, como
artista ou técnico em espetáculos de diversões. Você estará amparado pela Lei
6.533, de 24 de maio de 1978. O registro profissional pode ser obtido a partir
dos 16 anos. Para isso, basta requerer o seu atestado de capacitação
profissional no sindicato de sua categoria, ou seja, o Sindicato dos Artistas e
Técnicos em Espetáculos de Diversões – Sated, situado em todas as capitais do país.
Em Belo Horizonte o Sated-MG fica na Rua da Bahia, 1.148, sala 1.910, telefones
(31) 3224-4707 e 3224-4743.
Em Porto
Alegre o Sated-RS fica na Praça Osvaldo Cruz, nº 15 sala 912, CEP: 90030-160. Fones: (51)
3226-1921 | 3226-0675 | 3227-9608
TRES Garantir a sua aposentadoria
pagando previdência social, por meio da contribuição ao Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS, como AUTÔNOMO. O pagamento o INSS como autônomo garante a
continuidade das contribuições e o direito à aposentadoria. Para se cadastrar,
basta procurar um órgão do INSS em qualquer parte do país. Todo cidadão tem
direito à aposentadoria por idade; procure amparar seus idosos.
QUATRO Valorizar as crianças e os
idosos. As crianças são o futuro do circo e devem ser bem preparadas para lidar
não só com os números artísticos, mas com todas as situações inerentes à
natureza do circo. Os idosos são os mestres, portanto os detentores e
transmissores dos saberes do circo. São os mestres que garantem a continuidade
das atividades circenses.
CINCO Informatizar-se para incluir-se
melhor nas ações da política cultural e no mercado de trabalho. Unir-se em
associações para se fortalecer politicamente, como profissional e como
categoria. Informar-se sobre a Associação Brasileira do Circo – Abracirco, que
fica na cidade de São Paulo, telefone (11) 3337-6008; a Associação de Famílias
e Artistas Circenses – Asfaci, com sede em Araraquara, SP, telefone (16)
3335-7216, e a Rede de Apoio ao Circo, em Belo Horizonte, MG, telefones (31)
3441-2632 e 8825-4673. Informar-se sobre a Câmara Setorial do Circo criada pela
Fundação Nacional de Arte – Funarte, que tem discutido políticas para o setor,
telefone (21) 2273-2144 – Coordenação Nacional do Circo, coordcirco@funarte.gov.br
SEIS Dialogar com artistas e moradores
das localidades por onde passar, implementando parcerias, visando à criação de
escolas de circo e núcleos de apoio ao circo. Os integrantes das escolas e núcleos
de apoio poderão facilitar o cumprimento das exigências burocráticas e o acesso
a terrenos pra todos os circos, intermediando também a inclusão de artistas
circenses em projetos culturais locais.
SETE Deixar o terreno ocupado pelo
circo em perfeitas condições. Saldar suas dívidas. Isso abrirá as portas das
cidades para outros circos. Pense que “o outro” circo um dia poderá ser o seu,
voltando à cidade, ou o circo do seu filho ou o do seu neto. Assim você estará
garantindo o futuro do circo.
OITO Procurar os órgãos de cultura
e/ou os artistas das cidades por onde passam para se orientar sobre políticas culturais
locais e demais formas de fomento e apoio ás atividades artísticas, como as
leis de incentivo à cultura.
NOVE Buscar parcerias para criar
escolas de circo nas cidades onde tiver parentes que não estejam itinerando. Isso
pode gerar uma nova abertura no mercado de trabalho para os circenses,
especialmente os mais velhos. Ministrar oficinas de circo nas comunidades que
percorre, atendendo escolas ou artistas, transformando os períodos de pausa circense
em espaços produtivos, de modo a gerar uma nova fonte de renda.
DEZ Registrar-se como grupo ou empresa. Contratar
formalmente seus empregados, cumprindo legislação trabalhista.
Realização Sated-MG; Rede de
Apoio ao Circo; Sula Kyriacos Mavrudis; Acréscimos Antonio Jorval.