ELIS REGINA o TEATRO MUNICIPAL e o CIO DA TERRA
Partilhar. Ouvir estórias, contar histórias. Tempo e
memória. Verão de 1982 novas esperanças. Minha primeira Carteira Profissional Nº: 40907
Série 00002 RS, foi
expedida em 13 de dezembro de 1979. Será assinada em 82. Entre 79 e 82 estive:
servente de pedreiro, carpinteiro, marceneiro, funileiro, ourives, pintor e
chapa. 82. Janeiro é quente e seco.
Surpresa com a morte de
Elis Regina no dia 19. Nos dias seguintes ela é pauta das conversas e grava-se
em mim a expressão “morte por overdose”. Eu vivo preciso comer. Conseguir emprego
sem experiência é muito difícil. Para melhorar as chances volto a estudar de
manhã para fazer curso de datilografia e letrista no SENAC. Depois de dois anos
estudante do noturno há um estranhamento com os colegas e hábitos diurnos.
Março continua quente e seco. De repente, Califórnia toca. Todos cantam. As
aulas iniciam sem alguns professores que deixam as salas de aula em busca de
melhores salários na indústria. Outros aderem à greve. É final do governo de José
Augusto Amaral de Souza. Ano de eleições diretas depois dos governos militares.
“As
digitais do pequeno Governo Amaralzinho (1,58 de altura) se percebem com a
aparição do inquieto CPERS, o Centro de Professores do Estado, que ocupou a
praça da Matriz e infernizou a vida do governador ao longo de 13 dias de uma
greve barulhenta pelo piso de 2,5 salários mínimos. A partir de Amaralzinho,
nenhum governador mais pode festejar o silêncio do CPERS. Amaral também deixou
o governo endividado, com um aumento de 79,1% no rombo das contas públicas,
obrigando o Estado a buscar recursos no Banrisul e no BRDE para cobrir o
déficit operacional.”
Em abril refresca. Chove. Começa a Guerra das
Mal